Espaço ao ar livre, preferencialmente, em que os atores estabelecem um círculo interno e todos se veem.
O público distribui-se no exterior deste círculo. Cada personagem tem um lugar pré-definido que mantém durante a peça. As interações entre personagens fazem-se por deslocação dos atores que, quando terminam a sua intervenção voltam ao lugar inicial.
Este círculo interior resulta eficaz na delimitação da área reservada à ação cénica por oposição ao público.
Segundo Rui Arimateia:
"Os Grupos de Brincas actuam preferencialmente nos bairros periféricos à cidade de Évora, nas quintas ou nas aldeias, o espaço cénico tradicional para a representação das Brincas é, por excelência, a rua ou o largo ou em casão agrícola cedido para o efeito. Era normalmente junto a uma 'venda' para que o dono da mesma, transformado em 'dono do lugar' no final facultasse uma bebida e ou um petisco aos elementos da Brinca." (2015: 8)
"(…) a dramatização, inicia-se depois de todos os elementos da brinca se colocarem em círculo, exceto os palhaços, que não possuem lugar fixo. Os personagens só saem do seu lugar do círculo aquando da sua deixa, dirigindo-se então em direção aos seus interlocutores. (...) As diferentes coreografias geometrizam o espaço com círculos, quadrados, sinos-saimão, estrelas, meias-luas, etc, desenhos estes conotados com certos elementos tradicionais de cariz eventualmente mágico e propiciatório. A geometrização é principalmente elaborada durante as contradanças, sua formação e desformação."(id. ibidem: 9)

 

 Distribuição dos personagens no fundamento "Geraldo Sem-Pavor" de Raimundo José Lopes. Transposição a partir do manuscrito por Luís de Matos (2015) em "Os Fundamentos das brincas de Évora"